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Antoninho e o Pavão do Mestre

 

    

Romance do Antoninho e o Pavão do Mestre, é uma narrativa portuguesa, originária da cidade de Santiago do Cacém, região do Alentejo e talvez seja derivado de um episódio real. Essas historias contadas e reproduzidas através dos anos costumam modificar-se. Já foram recolhidas versões no Brasil, na década de 40, todas elas ensinadas nas escolas e cantadas em brincadeiras de rodas infantis, é a "estória" de um menino que mata o pavão do professor e é por ele é assassinado.

 

As senhoras de Aririu, não conseguiram “lembrar de toda a letra”, mas vale o registro.

 

Encontramos algumas versões com letras e melodias diferentes.

 

 

 

 

Antoninho e o Pavão do Mestre Versão 01

 

 

 

 

— Antoninho, vá pra aula
É preciso aprender
— Mamãe eu não vou à aula
Porque sei que vou morrer

— Bom dia, senhor mestre
Aqui tens o meu quinhão
Pra pagar o senhor mestre
O valor de seu pavão

— Vá-se embora, amigo meu
Para o amigo não é nada
Mande Antoninho pra aula
É preciso estudar

— Antônio vai pra aula
Já falei com o professor
— Papai, eu não vou à aula
Porque sei que vou morrer

Antoninho foi para aula
Todo o caminho a chorar
Chegou na porta da escola
Chorando a suspirar

O mestre quando lhe viu
Na hora de entrar
Pagou-lhe por um braço
E agora me vais pagar

Já são onze horas
Meio-dia não tarda a ser
Já vimos os meninos da aula
E Antoninho sem aparecer

— Ó meninos, que vindes da aula
Não viste o meu Antoninho?
— Está morto na sala de livros
Com o coração aos pedacinhos

Seu pai que ouviu isto
Tratou de se preparar
Meteu revólver no bolso
E o mestre-escola foi matar

— Senhor juiz de direito
Venho me entregar à prisão
Matei o mestre-escola
Com três tiros no coração

— Mataste o mestre-escola
Mataste um bom ladrão
Mata-me essa gente toda
Até a quinta geração

 

 

 

 

 

Antoninho e o Pavão do Mestre Versão 03

 

 

 

 

 

-Bom dia, papai, mamãe, 
Bom dia lhes venho dar, 
Matei o pavão do mestre, 
É favor o senhor pagar.

 

  -Antoninho vai à aula, 
Que é preciso aprender ler. 
-Não vou, papai, não vou, 
Porque sei que vou morrer.

 

  -Antoninho foi à aula, 
Todo o caminho a chorar, 
Chegou no portão da escola 
Pediu o favor de poder entrar.

 

  -O mestre ouvindo isso 
Pelo braço lhe agarrou, 
Tirou seu punhal do bolso 
E no peito lhe cravou.

 

-Meninos que vêm da escola, 
Não viram meu Antoninho? 
-Antoninho está na classe, 
Morto que nem um passarinho.

 

  -Abram portas e janelas, 
Abram toda a alma dele, 
Quero ver meu Antoninho 
Antes que a terra o comer.

 

  -Abram portas e janelas 
Abram tudo, escuridão, 
Quero ver meu Antoninho, 
Antes que feche o caixão!

 

  -Lá vem vindo a polícia, 
Para ver quem tem razão, 
Sendo um pai que defende um filho 
Não morreu na prisão.

 

 

 

 

 

 

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Antoninho e o Pavão do Mestre Versão 02

 

 

 

 

Antoninho vinha da aula com quatro pedras na mão

Atirou no passarinho e pegou foi no pavão

Atirou no passarinho e pegou foi no pavão

Mamãe eu não te conto, papai vou te contar.

Matei o pavão do mestre o senhor é que vai pagar

Matei o pavão do mestre o senhor é que vai pagar

Antoninho meu filhinho como matou o pavão

Brincando com minhas pedras quando o pavão voou

Encruzei minhas pedrinhas,

Sentou no pavão matou

Encruzei minhas pedrinhas,

Sentou no pavão matou

 

Mamãe eu não te conto, papai vou te contar

Matei o pavão do mestre o senhor é que vai pagar

Matei o pavão do mestre o senhor é que vai pagar

Bom dia senhor mestre como vai como passou

Vim pagar o seu pavão que Antonino matou

Vim pagar o seu pavão que Antonino matou

 

O pavão não é nada não é nada não senhor

Quero que diga a Antonino amanhã venha estudar

Quero que diga a Antonino amanhã venha estudar

Papai eu não vou não

Papai eu não vou lá

Matei o pavão do mestre

O mestre vai me matar

Matei o pavão do mestre

O mestre vai me matar

 

Mamãe eu não te digo, mamãe vou te dizer.

Amanhã eu vou pra aula sabendo que vou morrer

Amanhã eu vou pra aula sabendo que vou morrer

 

Bom dia senhor mestre

- Bom dia senhor ladrão

Hoje vou fazer contigo o que fez com meu pavão

Hoje vou fazer contigo o que fez com meu pavão

 

O mestre matou Antoninho, pois embaixo do colchão.

A vida de Antoninho vale mais que a do pavão?

A vida de Antoninho vale mais que a do pavão? 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Antoninho e o Pavão do Mestre Versão 04

 

 

 

 

- Antoninho de pequeno             
Uma pedra ele atirou 
brincando com os estudantes, 
O pavão ele matou.

 

  -Antoninho foi em casa, 
A contar a seu pai: 
-Matei o pavão do mestre 
Preciso ir pagar.

 

  -Antoninho deixe disso 
Deixe de tanto chorar, 
Tenho bastante dinheiro 
Para o pavão pagar.

 

  -Tenho vinte e cinco liras, 
Oito para o pavão, 
O mestre passou em casa, 
Seu pai ele chamou.

 

  -Quanto custa o pavão, 
Que o Antoninho matou? 
Antoninho deixe disso, 
Deixe de tanta loucura.

 

  -Antoninho vai à aula, 
Que tem a mesma entrada. 
-Papai eu não vou à aula, 
Porque sei que vou morrer.

 

 

 

-Antoninho vai à aula, 
Que você tem que aprender. 
-Papai, hoje vou à aula 
E amanhã na sepultura.

 

 

  -Antoninho foi à aula 
O caminho inteiro chorando, 
Chegou na casa do mestre, 
Inda estava soluçando.

 

  -O mestre saiu de dentro, 
De um bracinho ele pegou, 
Tirou um punhal do bolso 
E Antoninho ele matou.

 

  -Meninos que vêm à aula, 
Tu não viste o Antoninho? 
-Ficou na casa do mestre, 
Morto como um passarinho.

 

  -Abre a porta, abre janela, 
Ai meu Deus, que escuridão! 
Mataram meu Antoninho 
Por causa de um pavão!

 

  -O dia de finados, 
Uma coroa ele levou, 
Na lista estava escrito: 
Saudades de quem ficou.

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